Mulheres

Ela fez história: Marie Curie

Essa postagem começa com uma pergunta: Você sabe quem foi Marie Sklodowska Curie e as contribuições dela para a História, Política e principalmente para a Ciência?

Ela foi a primeira mulher a ganhar um Nobel e, a primeira pessoa a receber duas vezes esse mesmo prêmio, seus estudos revelaram novos elementos químicos, sua história revela o quão difícil era ser uma mulher cientista em uma época em que só homens podiam ocupar esse cargo.

Marie Sklodowska Curie foi uma mulher pioneira, nascida em 1867 na Varsóvia, em uma época em que a Polônia, estava dividida entre Áustria, Prússia (Alemanha) e Rússia. Varsóvia ficava sob o controle da Rússia, seu pai era professor de física e matemática em uma escola secundária e sua mãe diretora de escola, por conta de todos os anseios políticos da época, ambos tiveram seus salários e cargos prejudicados. Após a morte da mãe, a família se mudou algumas vezes já que por discordâncias políticas o pai era demitido de forma recorrente. 

O pai foi uma figura importante na vida de Marie, ao ser proibido o ensino de ciências em laboratórios ele levou os instrumentos laboratoriais para casa, dedicou-se ao ensino dos filhos. 

Marie era a melhor aluna em matemática e ao se formar aos 15 anos declinou ao prêmio de melhor aluna para não o receber das mãos das autoridades governamentais Russas, era adepta ao movimento clandestino positivista, sendo essa uma corrente que acredita no real, aquilo que é provado cientificamente.

O acesso à Universidade por mulheres imposto pelo governo Russo era restrito, então em um pacto com sua irmã Bronya ficou acordado que ela iria trabalhar como governanta para conseguir algum dinheiro e ajudar nas despesas dos estudos de Bronya em Paris e depois seria a vez dela estudar. Ela chegou a dar aula para crianças nesse período.

Ao se mudar para Paris continuou seus estudos e, em 1883 se graduou em Física e Matemática pela Universidade de Sorbonne, tornando-se, mais tarde, a primeira mulher a lecionar nessa importante instituição de ensino europeia. 

Ao ingressar na Universidade Marie passou por algumas dificuldades, se sentiu em desvantagem em relação ao conhecimento dos seus colegas de turma, passou a se dedicar quase que integralmente a melhorar seus conhecimentos acadêmicos e ao se formar obteve apoio de seus professores para conseguir uma bolsa de estudos e ingressar no mestrado e graças a isso o terminou um ano depois.

Quando aceitou um trabalho para racionalizar o comportamento magnético dos diferentes tipos de aço, ela necessitava de um laboratório para que assim pudesse iniciar sua pesquisa, foi assim que ela conheceu Pierre que se tornaria mais tarde seu companheiro. Ela terminou o estudo, recebeu por isso e devolveu todo o investimento da instituição que a financiou durante o mestrado.

Marie e Pierre

Pierre foi um grande incentivador de Marie, mesmo quando ainda não estavam envolvidos de forma amorosa. Foi ele quem a incentivou a ficar em Paris e a não voltar para Polônia, ela ficou, iniciou seu Dourado com Gabriel Lippmann que abriu as portas de seu laboratório para Marie. 

Pierre foi um nome tão importante para a Ciência quanto o de Marie, seus estudos relativos ao Magnetismo e a Temperatura e a Radioatividade foram pioneiros, ele foi igualmente incentivado por  Marie e 1895 concluiu sua tese sobre o Magnetismo, eles casaram nesse mesmo ano.

Influenciada pela recém descoberta do Raio X (1895) por Röntgen, e peor Henri Becquerel (1896), de que “os minérios de urânio emitem raios que também eram capazes de impressionar chapas fotográficas mantidas no escuro” TOMA:nd. Se baseando nisso ela passou a investigar outras substâncias que tinham a mesma propriedade do Urânio. 

Com a ajuda de um eletrômetro (usado para medir a radiação), inventado por Pierre e seu irmão, ela começou a estudar uma série de minerais e com a ajuda de Pierre passou a estudar a existência de novos elementos, descobriram o Polônio batizado em homenagem a Polônia e do rátio que levou esse nome por sua intensa radiação, esses estudos renderam grandes contribuições para a ciência e premiações. 

Em 1903, Marie Curie defende sua tese, Pesquisas sobre substâncias radioativas,  e mesmo sendo considerada a maior contribuição científica registrada da época, ainda assim muitos dos créditos à pesquisa eram dadas a Pierre, prova disso é que ambos foram chamados para uma cerimônia pela Instituição Real, mas não era permitido uma mulher falar em uma conferência e por isso Pierre ao ler o discurso deu total total crédito a mulher. 

Marie Curie, Pierre (1859-1906) e Henri Becquerel em 1903 (Photo by Universal History Archive/Getty Images)

Nesse mesmo ano a Academia de Ciências da França indicou Henri Becquerel e Pierre Curie como candidatos ao Prêmio Nobel de Física ignorando por completo a participação e a contribuição de Marie Curie, o que ocasionou em Pierre mais uma vez tendo que lembrar da importância fundamental de Marie, os três foram premiados com o Nobel, mas a comunidade científica Francesa não deve ter ficado tão feliz assim. 

Em 1906 Pierre morre, vítima de um atropelamento fatal, mesmo atordoada com a morte do marido, Marie toma conhecimento que seus estudos estavam sendo descredibilizados por Lord Kelvin, isso de certa forma a incentiva a voltar ao trabalho, ela faz novas descobertas prova que estava certa e ganha o direito de ter seu nome como uma unidade internacional Curie.

O tempo passou desde a morte do marido, ela concorreu a uma vaga para ocupar uma cadeira na Academia de Ciência da França, mas não foi escolhida, nada favorecia a ela, era mulher, viúva, foi indicada a revelia ao Nobel, não era ligada a igreja, mas ainda assim a diferença foi de um ou dois votos. 

Para completar ainda mais esse cenário a imprensa francesa descobriu seu romance com um ex aluno de seu falecido marido, foi sensacionalista a expondo e a culpando pelo fim de um casamento. Em um encontro em que ela era a única mulher cientista a imprensa noticiava sua vida amorosa. Encontro esse que estava o jovem Albert Einstein.

Marie Curie chegou a ser aconselhada por Albert Einstein a não se importar com o que falavam dela, mas era difícil não se importar, afinal não importava o quão importante ela fosse para a ciência, ainda assim isso não importava, ela era mulher e mulheres não eram valorizadas naquela sociedade.

Em 1911, se surpreendeu que mesmo com tudo indo contra ela, ainda assim seu trabalho foi reconhecido e ela ganhou mais uma vez o Nobel em Química, “em reconhecimento pelas suas descobertas dos elementos rádio e polônio, pelo isolamento do rádio e o estudo da natureza e dos compostos deste elemento notável”.

Deprimida e abalada com tudo que acontecia à sua volta, ela resolveu cuidar de sua saúde, se afastou de tudo e só em 1912 voltou a dar aula em Sorbonne, em 1914 se torna diretora do Laboratório Curie no Instituto do Rádio da Universidade de Paris, que ajudou a criar.

Marie e sua filha mais velha Irene

Irene, sua filha mais velha se tornou sua assistente na tarefa de ensinar médicos e enfermeiros a lidar com as novas descobertas científicas que se tornaram importantes para encontrar objetos desconhecidos no corpo humano.

Em 1934 aos 66 anos, quase cega, Marie Curie morreu de Leucemia, cuja a provável consequência foram os anos de manipulação de substâncias radioativas

Curiosamente sua filha Irène Joliot-Curie junto com o marido ganharam em 1935 o Prêmio Nobel de Química, por descobrirem a radioatividade artificial e demonstrar a existência do nêutron, assim como a mãe não foi aceita na academia de ciências da França, mas seu marido foi. (Assim como Pierre também havia sido).

Esse ano Marie Curie vai ganhar as grandes telas do cinema novamente, foram muitas as representações da história dessa mulher no Cinema, a mais recente foi em 2016 focando em sua vida pessoal. Agora quem a vivera no cinema será Rosamund Pike, enquanto Sam Riley viverá seu marido, Pierre Curie, o longa pelo nome vai focar na vida profissional. 

Para mais informações sobre tecnologia siga a página no Facebook

Referência:

https://canaltech.com.br/ciencia/quem-foi-marie-curie-cientista-que-ganhara-filme-em-2020-assista-ao-trailer-149963/

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2014/12/albert-einstein-aconselhou-marie-curie-ignorar-os-trolls-em-1911.html

midia.atp.usp.br/impressos/lic/modulo02/evolucao_PLC0014/evolucao_top09.pdf

www.fapesp.br/eventos/2011/11/quimica/vargas.pdf

bdm.unb.br/bitstream/10483/9368/1/2014_AdmaSarahBoibaMartins.pdf